Árabes investem em datacenter de IA em Most: o futuro da inteligência artificial europeia
14 de nov. de 2025

Árabes investem em datacenter de IA em Most: o futuro da inteligência artificial europeia

Por que os investimentos em gigafábricas de IA são essenciais para a competitividade económica e tecnológica da Europa

A notícia de que investidores árabes estão a construir um grande datacenter para inteligência artificial em Most, na República Checa, representa muito mais do que um simples projeto imobiliário. É um sinal claro de que a Europa está a tornar-se um polo global de atração para investimentos em tecnologia de IA, e isso é extraordinariamente positivo para o futuro económico do continente.

Este tipo de investimento demonstra uma confiança profunda nas capacidades infraestruturais e regulatórias da Europa, bem como na qualidade da mão de obra e da estabilidade política que oferecemos. É hora de reconhecer que os investimentos em datacenter e gigafábricas de IA não são apenas oportunidades isoladas, mas pilares fundamentais para a reconstrução da soberania tecnológica europeia. Durante décadas, assistimos ao dominío quase absoluto das empresas norte-americanas e chinesas no setor tecnológico.

Agora, com o surgimento de gigafábricas de IA em solo europeu, temos a oportunidade única de recuperar o controlo sobre nossas próprias capacidades computacionais e de processamento de dados. Isto é fundamental para garantir que a Europa não se torna meramente consumidora de tecnologia, mas sim produtora e inovadora.

Os dados mostram claramente que o investimento em datacenters para IA ultrapassou, este ano, o investimento em exploração de petróleo. Esta mudança paradigmática reflete a realização global de que a inteligência artificial é o ouro negro do século XXI.

Não podemos permitir-nos ficar para trás nesta corrida tecnológica. Os investimentos em gigafábricas de IA geram emprego qualificado, atração de talento internacional, e criam ecossistemas de inovação que beneficiam toda a economia regional. Most, uma cidade que enfrentou desafios económicos significativos, pode transformar-se numa referência global de excelência tecnológica.

É fundamental que os governos europeus apoiem e incentivem este tipo de investimento. As críticas sobre lobby de grandes empresas, como a Onsemi ou outras fabricantes de semicondutores, são legítimas quando se trata de proteger concorrência leal, mas não devem servir de desculpa para bloquear investimentos que fortalecem a capacidade tecnológica europeia.

A diferença entre um lobby prejudicial e um investimento estratégico reside na transparência, na adereção às normas regulatórias e na capacidade de criar valor duradouro para a comunidade. Os investimentos em IA, quando devidamente regulados e supervisionados, cumprem todos estes critérios. A presença de investidores árabes em projetos europeus de IA também demonstra a natureza global e multifacetada da economia digital.

Não se trata de uma competição de soma nula entre blocos geográficos, mas de uma colaboração que reconhece as forças e capacidades únicas de cada região. A Europa oferece estabilidade, expertise e infraestruturas de classe mundial.

Os investidores árabes oferecem capital e estratégia de longo prazo. Juntos, podemos criar algo extraordinário.

É imperativo que a Europa não se deixe paralisar por medos infundados ou por nacionalismo tecnológico. A criação de gigafábricas de IA em cidades como Most é um catalisador para a transformação digital, para a criação de empregos de alta qualificação, e para o posicionamento da Europa como um ator central na economia digital global. O futuro pertence àqueles que investem em inteligência artificial hoje.

A Europa tem a oportunidade de ser um líder neste campo, e devemos agarrá-la com ambição e confiança.